sobre o fundamento da moral
II - Crítica do fundamento dado à moral por Kant
3. Visão geral
Schopenhauer coloca que o mérito de Kant teria sido, por um lado, retirar da ética o Eudemonismo. No entanto, ele aponta que aquilo que Kant retira, a ligação da virtude com a felicidade e com todo o seu fim empírico, recai sobre uma espécie de teologia moral: “Pois ele teria deixado ficar ainda um vinculo restante, escondido entre a virtude e a felicidade na sua doutrina do soberano bem...” (pg. 20)
O filosofo aponta ainda que Kant, acertadamente, separou o fundamento da sua Ética dela mesma, estabelecendo de forma concisa todo seu fundamento.
4. Sobre a forma imperativa da ética de Kant
Schopenhauer critica o caráter puramente formal da ética kantiana, pois seu imperativo indica, sob forma de lei, aquilo que deve ser feito sem levar em consideração o empírico. Indaga Schopenhauer: “quem vos diz que deve acontecer aquilo que nuca acontece?” (pg.23).
Esse caráter da lei kantiana leva Schopenhauer a afirmar que seu imperativo é uma “petitio principii”, pois seu pressuposto é lei da moral pura, e com ele conclui que a lei regente da ação humana deve ser pura, postulando que uma lei deve trazer consigo necessidade absoluta, ou seja, sem vistas a um fim empírico. Da mesma forma o conceito de dever que tem entrada na ética sem uma prova posterior que o sustentasse. Como expresso: “lei, mandamento, dever e outros que, como tais, tomado neste sentido incondicionado, tem sua origem na moral teológica e permanecerá um estranho à filosofia até o momento em que apresente um reconhecimento valido a partir da essência da natureza ou do mundo objetivo.” (pg.25).
“é impossível pensar uma voz que comanda, venha ela de dentro ou de fora, a não ser ameaçando ou prometendo.” (pg.27) Com isto, Schopenhauer coloca que “cada deve tem seu sentido e significado referido à ameaça de castigo ou promessa de recompensa”. Dessa forma, como é colocado na Critica da razão prática, o