hume e moral
Por: André Luiz Olivier da Silva e Adriano Naves de Brito
Texto Retirado de: http://www.controversia.unisinos.br/index.php?a=76&e=6&s=9
Introdução
Em Hume, a investigação sobre a origem da moral parte da busca pelo fundamento da distinção entre vício e virtude, distinção que as pessoas fazem rotineiramente ao emitirem juízos morais. Mas, afinal, pergunta-se Hume, qual é o critério usado pelos homens para fazerem distinções morais e distinguirem entre o bem e o mal? Hume dá para esta questão uma solução de cunho naturalista: a utilidade agrada aos homens, e as distinções morais remontam ou à utilidade que as boas ações promovem, ou ao prejuízo causado pelas más. Assim como a utilidade agrada, o prejuízo desagrada, e, nesses termos, o fundamento da distinção entre bem e mal é o gosto moral. O problema de que trata este texto é o seguinte: o naturalismo moral de Hume não conduziria a um ceticismo na moral? Com Hume, não teria razão o ceticismo ao afirmar que o fundamento das distinções morais é o egoísmo, quer dizer, apenas o interesse do indivíduo, o que, em última análise, seria a expressão de seu gosto? Ele argumenta que não, pelo menos quando a forma de ceticismo considerada for tal que para ele o autêntico interesse do homem seja apenas ele mesmo. Em contraste a esse ceticismo egocêntrico, Hume defenderá a idéia de que o homem tem sentimentos humanitários e de que o fundamento da moral não é o amor de si, mas uma empatia natural bem distribuída na espécie.
O método empirista na moral
Para explicar por que o ser humano distingue entre o bom e o ruim, Hume utiliza-se de um método que tem caráter empirista. Com efeito, ele parte de um fato, o fato de que os seres humanos fazem distinções morais, e procede pela análise do comportamento verbal dos indivíduos, isto é, pela investigação das bases para a enunciação de juízos morais, que são os juízos mediante os quais se faz a distinção entre o bom e o