Investigação sobre os princípios da moral – David Hume
Hume afirma por meio de elaborados raciocínios que o princípio da moral se dá a partir do mérito pessoal em qualidades úteis ou agradáveis para si e para os outros. Esses princípios sempre se apresentam no cotidiano. Essas qualidades úteis ou agradáveis podem se diferenciar a partir do momento que ocorre para o individuo ou para os outros. A vida religiosa, que prega a negação de si numa série de superstições, nada mais faz do que castrar, frustrar, causar ignorância e endurecimento no homem. Vista a partir desse âmbito a religiosidade baseada na superstição, ou na falsa religião, constitui numa vicissitude, que vai contra os sentimentos naturais dos homens. Para o autor, há uma benevolência que pertence ao homem, mesmo que essa manifestação de bondade seja algo frágil. Mesmo que o sentimento em si não disponha de uma ação, oferece uma inclinação ao útil e proveitoso à humanidade. A moral é vista a partir da existência de um sentimento universal. Esse sentimento não é uma paixão, visto que essas produzem um grande número de afecções, as quais não poderiam servir como base para uma harmonia entre os homens. É na linguagem que se apresenta uma classe especial de termos para expressar os sentimentos universais de censura ou aprovação que surgem dos afetos humanitários ou de uma percepção da utilidade geral. A virtude e o vicio tornam-se então conhecidos, a moral é identificada, formam-se certas ideias gerais acerca das ações e dos comportamentos humanos, passa-se a esperar tais e tais condutas de pessoas em tais e tais situações. Uma dada ação é classificada como estando de acordo com nossa regra abstrata, outra ação, como lhe sendo contraria. E, por meio desses princípios universais, controlam-se e restringem-se aos sentimentos particulares do amor de si mesmo. Se seu coração não se revolta contra essas máximas perniciosas, se ele não reluta em conferir a