A MORAL KANTIANA E O IMPERATIVO CATEGÓRICO
9/02/2011
Filosofia
Vote neste artigo:
A MORAL KANTIANA E O IMPERATIVO CATEGÓRICO
Uma característica marcante da filosofia kantiana é a sua “longa gestação”. Ele não escreve um item sem fundamento ou sem antes pensar muito sobre isso, além do que, cada trabalho escrito dele é embasado em firmes bases filosóficas. O problema moral nunca foi indiferente, e desde as suas primeiras obras percebe-se traços de uma tentativa de interpretação da Moral, mas a solução apresentou-lhe correta somente aos sessenta anos de idade (Pascal, 2005).
Seu ponto de partida para a análise moral encontra-se nos trabalhos de Leibniz, teses essas defendidas em 1755 (‘Nova elucidação dos primeiros princípios metafísicos’) e em 1759 (‘Ensaios de algumas considerações sobre o otimismo’), segundo Pascal (2005).
A partir de 1760, inicia-se a influência de moralistas ingleses (Shaftesbury, Hume) e de Rousseau, Kant passa a realizar transformações em alguns conceitos da moral Leibniziana (obrigação e perfeição). Essa evolução de conceitos pode ser percebida em ‘O único fundamento possível para uma demonstração da existência de Deus’ (1763), no ‘Estudo sobre a evidência dos princípios da teologia natural e da moral (1764), assim como nas ‘Observações sobre o sentimento do belo e do sublime’ (1764).
Ao publicar os ‘Fundamentos da metafísica dos costumes’ (1785), Kant parte dos juízos da consciência comum, buscando o princípio racional que os fundamenta. E em 1788 publica a ‘Crítica da razão prática’, que tem o objetivo de expor a moralidade, partindo da função prática da razão.
A Fundamentação da metafísica dos costumes tem por objeto a pesquisa e a determinação do princípio supremo da moralidade. Constitui uma obra preliminar à Crítica da razão prática, visto que só esta poderá iniciar uma ciência a priori da conduta (Pascal, 2005). A teoria ética apresentada, neste trabalho, por Kant, é fortemente racionalista, e defende uma moral fundamentada na racionalidade