Serviço Social e a saúde do trabalhador: uma dispersa demanda
A denominação saúde do trabalhador carrega em si as contradições engendradas na relação capital e trabalho e no reconhecimento do trabalhador como sujeito político. Ela representa o esgotamento de um modelo hegemônico que atravessou décadas, e por que não dizer séculos,num arcabouço legal e conservador que reconhecia um risco socialmente aceitável e indenizável à lógica do capital dos acidentes de trabalho. O surgimento da relação saúde e trabalho remonta à história social do trabalho ao longo do tempo.
A configuração do trabalho no sistema capitalista se apresenta em vários ciclos, evolução crescente da produção, da qualificação profissional, do ritmo de trabalho e da fragmentação do processo produtivo.
O contexto é de precarização, flexibilização, trabalho parcial, polivalência de funções, redução dos postos de trabalho, aceleramento no ritmo da produção e das ações somado ao desemprego estrutural, à implementação de novas tecnologias, com salários em declínio e/ou instáveis
Segundo Dias(1994)a reestruturação produtiva alterou substancialmente o perfil do trabalho e dos trabalhadores, e também os determinantes da saúde‑doença dos trabalhadores. Essas alterações modificaram também o perfil da morbi mortalidade relacionada ao trabalho, assim como a organização e as práticas de saúde e trabalho.
A necessidade de transformações de práticas sociais para uma abordagem em saúde,para fazer frente aos crescentes índices de morbidade e mortalidade da população, ocorreu na efervescência do movimento da Reforma Sanitária e da democracia brasileira, e resultou na aprovação do Sistema Único de Saúde (1990) e na reorganização das competências das ações de segurança e saúde do trabalhador, na tentativa de superar a histórica fragmentação em três áreas: saúde, trabalho e previdência.
O movimento de Reforma Sanitária iniciado no início da década de 1980,foi um marco na área e na denominação “saúde do