Separação dos pais
Dependendo de como o assunto é abordado pelos pais, a criança pode adotar um comportamento de ansiedade, isolamento, choro constante e dificuldade no processo de aprendizagem, o que traz como consequência a queda no rendimento escolar. O filho de Elizabete Oliveira, André Oliveira, passou pela situação quando tinha seis anos. “Ele estava na alfabetização e só tirava boas notas, mas começou a se desinteressar. A professora dizia que ele não estava mais tão participativo e me perguntou se tinha algum problema de saúde”, conta a mãe.
Todos os dias o menino alegava estar com dor de barriga, mas só para ir ao banheiro chorar. Segundo Elizabete, André chegou a ter crises histéricas. Gritava e puxava os cabelos dizendo que queria o pai de volta e não iria mais estudar. “Eu não sabia o que fazer, chorava junto com ele de tão desesperada”, afirma a mãe.
O problema durou aproximadamente seis meses, até que o menino começou a ser acompanhado pelo psicólogo no colégio. Atualmente, André tem 24 anos e lembra muito pouco dessa época. Para a psicóloga clínica e escolar-educacional, Delite Barros, três fatores influenciam na forma como os filhos vão reagir à separação. “A faixa-etária, os conflitos presenciados pela criança e o modo como os paisabordam o assunto”, explica Delite.
Para as crianças é difícil entender porque tudo está acontecendo e, por isso torna-se mais traumático. Também não é indicado que os filhos presenciem grandes discussões. “Nesse caso, é melhor a separação do que um ambiente de conflitos”, orienta a psicóloga.