Resumo: Fonética Sintatica
Para introduzir o assunto, observemos que o sintagma verbal (SV), contendo um pronome oblíquo, pode confundir-se, na fala, com um sintagma nominal, como em: [a'sala] (SV) = ‘assá-la’ e [a 'sala ] (SN) = ‘a sala’; [ka'valu] (SV) ‘cavá-lo’ e [ka'valu] (SN) cavalo. Isto ocorre, porque nossa língua é de ritmo intensivo, isto é, falamos alternando sílabas acentuadas (fortes) com sílabas átonas (fracas).
Assim, quando passamos pela Rio-Petrópolis e lemos num posto de gasolina: “Pneus novos e usados CREDITOTAL”, embora percebamos que “Creditotal”corresponde a crédito total, não nos damos conta, talvez, de que aí ocorreu um dos fenômenos de fonética frásica mais constantes e comuns na língua (haplologia e aglutinação).
Algumas junções vocabulares podem resultar em um vício de linguagem, chamado, de acordo com a gramática normativa, de cacófato. Cacófato é resultado de uma sequência vocabular que cria vocábulos fonológicos diferentes dos vocábulos mórficos a que se referem. (ex.: Ela trina como um rouxinol. /la'tɾina/).
Entende-se por vocábulo formal, conforme Mattoso Câmara, a unidade a que se chega quando não é possível nova divisão em duas ou mais formas livres (itens lexicais ou funcionais observados no nível da frase), como se observa em luz, im-pre-vis-ível ou in-feliz. O vocábulo fonológico delimita-se, segundo o linguista, por uma pausa espontânea na cadeia da fala, ao passo que o mórfico é aquele que se