Resumo do livro diálogo entre o ensino e a aprendizagem
A autora Telma Weisz cursou, na cidade do Rio de Janeiro, o Normal no Instituto de Educação. Sem saber por que optou pelo curso diz talvez ter sido influenciada pela sua professora do primário. Quis abandonar, mas seus pais a convenceram do contrário, aí então cursou, ao mesmo tempo, o Instituto de Belas-Artes.
Quando estava no último ano do curso normal, em 1962, a repetência nas escolas alcançou o seu auge: não havia mais vagas na 1ª série para alunos novos. Nesse período foram tomadas três providências pelo governador, sendo elas:
- aprovação das crianças por decreto, todas foram para a 2ª série, mesmo as que não sabiam ler;
- montaram-se escolas de madeira com telhados de zinco;
- convocaram todas as normalistas que estavam no último ano do curso para dar aulas.
Deste modo, Telma foi dar aula para crianças repetentes com idade entre onze e doze anos que estavam na 2ª série por ordem do decreto. Entre os quarenta e cinco alunos da sua classe, apenas três não eram negros. Não eram todos analfabetos, mas também não se podia considerá-los alfabetizados.
Mesmo aplicando todas as técnicas de ensino, estava confusa, com dúvidas, não conseguia avaliar o resultado de todo esse processo e sentia-se como estive apenas preenchendo o horário da aula. Vivia um momento de crise.
Fora da sala de aula quase todos seus alunos trabalhavam, tinham que ganhar a vida e não conseguiam acompanhar a vida escolar.
A impressão que Telma tinha era que a escola parecia uma arma¬dilha montada para que esses meninos não pudessem se sair bem, e também, a convicção de que esse tipo de situação tinha um papel político muito importante que devia ser en¬frentado durante toda a sua vida pro¬fissional. Impressionava-se quan¬do conversava com algumas mães e essas achavam normal que seus fi¬lhos não fossem bem na esco¬la e acreditavam que as crianças não tinham capacidade. Diziam que ela poderia 'bater ne¬les' para ver se estudavam.
Toda essa situação