Resumo - Discurso sobre a origem e a desigualdade entre os homens, Rousseau
Jean-Jacques Rousseau concebe, na espécie humana, duas espécies de desigualdade: a desigualdade natural ou física, que é a estabelecida pela natureza e que consiste em características naturais da pessoa; a outra é a desigualdade moral ou política, a qual depende de uma convenção e é estabelecida ou autorizada pelo consentimento dos homens. Seu discurso trata de marcar o momento em que, sucedendo o direito à violência, a natureza foi submetida à lei. Sendo assim, a desigualdade natural não é o foco do discurso de Rousseau, porque a submissão de um homem ao outro não é de origem natural. O objeto de estudos é a desigualdade moral ou política.
Na primeira parte do livro, Rousseau fala sobre o homem natural. Questiona os filósofos que enxergam o homem natural a partir do homem social. Ele descreve o homem natural como um ser solitário, possuidor de um instinto de autopreservação, dotado de sentimento de compaixão por outros de sua espécie, e possuindo a razão apenas potencialmente, o que pode ser visto também como um instinto.
Para o autor não há motivos para que o homem natural viva em sociedade, uma vez que o homem natural vive o presente, é robusto e bem organizado, apesar de não possuir habilidades específicas, pode aprendê-las, é inocente não conhecendo noções do bem e do mal, e possui duas características que o distingue dos outros animais que são a liberdade e a perfectibilidade (neologismo criado por Rousseau que significa aperfeiçoamento).
Usa o estudo sobre a origem da linguagem para demonstrar que não existe ligação entre o homem natural e o homem social, que esta é inerente e imprópria para o estado de natureza. E termina afirmando que a origem da desigualdade está nessa passagem do homem natural para o homem social, ou seja, a desigualdade não é obra do próprio homem, e sim de algum fator externo.
Na segunda parte da obra ele levanta uma história