SEI LAA
Luís de Camões, a tradição do lirismo peninsular coexistiu com a estética clássica renascentista e o maneirismo que marcaram o seu tempo. Junto com a poesia de sabor trovadoresco, surge uma poesia cujos modelos formais e temáticas (“medida nova”) revelam a cultura humanística e clássica do autor, que soube encontrar em Platão, Petrarca ou Dante um mentor ou um mestre para o caminho que trilhou e explorou com sabedoria, com entusiasmo e com a paixão do seu temperamento. Cantando o amor sublime ou a relação mais fútil, o poeta soube como poucos, definir-se e definir a alma humana, oferecendo a sua experiência de vida ou o mundo no seu desconcerto, com os seus problemas sociais e morais e a eterna questão do mal que aflige a Humanidade.
Na poesia com influência clássica e renascentista, fruto das novas ideias trazidas, de Itália, por Sá de Miranda e António Ferreira, verifica-se um alargamento dos temas e a colocação do ser humano no centro de todas as preocupações. Desta fase, merece destaque o tratamento de certos temas: o Amor platônico, a saudade, o destino, a beleza suprema, a mudança, o desconcerto do mundo, o elogio dos heróis, os ensinamentos morais, sociais e filosóficos, a mulher vista à luz do petrarquismo e do dantismo, a sensualidade, a experiência da vida. A nível formal, o verso é o da medida nova, com o uso do verso decassílabo heroico (de acentuação nas 6.ª e 10.ª sílabas) ou sáfico (nas 4.ª, 8.ª e 10.ª), ou ainda, com o uso (menos frequente) do verso hexassílabo. As formas poéticas mais frequentes são o soneto, a canção, a sextina, a écloga.
A Intertextualidade na Música Monte Castelo de Renato Russo.
Renato Russo trava em sua música “Monte Castelo”, com o famoso poema de Luís de Camões “Amor é um fogo que arde sem se ver” e com o texto bíblico“O amor é um dom supremo” escrito pelo apóstolo Paulo à Igreja de Corinto. Há ainda a alusão do título da música a uma batalha da Segunda Guerra Mundial vencida por