A ORIGEM DA MORALIDADE E DA NECESSIDADE DE REGRAS MORAIS NA CONCEPÇÃO DE J.-J. ROUSSEAU
CONCEPÇÃO DE J.-J. ROUSSEAU
João Willian Stakonski¹ willianstakonski@hotmail.com RESUMO
O presente artigo tem como objetivo condensar e sistematizar parte dos resultados do estudo e leitura de uma das obras do filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau, a saber, o
Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Nesta obra, o autor analisa a transição do homem natural para o homem civil, visando responder à pergunta proposta pela Academia de Dijon, “Qual é a origem da desigualdade entre os homens e se é autorizada pela lei natural”. Neste artigo, o foco estará na origem da moralidade e de sua necessidade, com a tese de que Rousseau descreveu a consolidação da vida social como fonte de ambas. Buscar-se-á resumir a ideia rousseauniana de que as regras morais originam-se dos comportamentos viciosos, apenas presentes no estado civil, e que seriam inúteis no estado de natureza por serem inconscientemente cumpridas. Palavras-chave: Moralidade. Piedade natural. Estado de natureza. Estado civil.
Diz-se que o discurso sobre a desigualdade, de Rousseau, foi escrito em parte durante um exílio do autor em um local remoto da França. Cercado de um ambiente natural, Rousseau se propôs a dissertar sobre o estado natural do homem, visando descrever posteriormente sua passagem ao estado civil e, daí, tirar suas conclusões sobre a origem da desigualdade. O segundo discurso, como se tornou conhecido, é dividido em duas seções. A primeira visa analisar o homem em seu estado de natureza, antes da sociabilidade e da instituição do estado civil, enquanto que na segunda parte o autor escreve sobre o surgimento e desenvolvimento da vida comum e civil, assim como das suas consequências – na maioria das vezes, desastrosas.
1 - Acadêmico do quarto semestre de Licenciatura em Filosofia, na Universidade Federal da Fronteira Sul.
Com o objetivo de tratar da origem da moralidade e da