Resumo da parte II da obra Ética de Espinoza
SPINOZA. Ética [Parte II]. Tradução de Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
Jocinei Idilio Schutze1
A obra toda é dividida em proposições, sendo este o modo do autor de expressar seu pensamento, afirmando e depois explanando-as. Antes de começar com as proposições, ele faz alguns apontamentos prévios para melhor contextualizar ou entender sua ideia que é: o corpo exprime de modo definida e determinada a essência de Deus; e que a essência do homem não envolve a existência necessária (p. 51).
A primeira proposição define que o pensamento é um atributo de Deus e quanto mais coisas um ente pensante pode pensar, mais realidade ou perfeição diz-se que ele contém. A segunda define a extensão como um atributo de Deus. Na terceira ele afirma que existe em Deus uma ideia tanto da sua essência quanto de tudo o que se segue dessa essência, ou seja, ele pode pensar infinitas formas, sendo que uma ideia não existe senão em Deus (p. 52-53).
Na quarta proposição ele afirma que a ideia de Deus só pode ser uma, pois o intelecto infinito nada mais abrange além dos atributos dele e suas afecções. A quinta afirma que o ser formal das ideias, que é o modo de pensar, reconhece Deus como causa, ou seja, reconhece-o como causa eficiente e não os seus ideados, as coisas percebidas. A sexta proposição demonstra que os modos de qualquer atributo têm Deus por causa (p. 54-55).
A sétima proposição ele torna evidente que a ordem e a conexão das ideias é o mesmo que a ordem e a conexão das coisas, isto é, tudo que segue a natureza de Deus deve-se seguir também sua mesma ordem e conexão da ideia de Deus. Na oitava proposição ele trata da ideia de coisas singulares não existentes devem ser compreendidas na ideia infinita de Deus, isto é, elas não apenas estão compreendidas em Deus, mas também enquanto se diz que duram, as suas ideias envolvem também a existência, razão pela qual se diz que duram (p. 55-56).
A nona proposição é onde ele afirma que a ideia de uma coisa