Resumo Bobbio
Instituto de Ciências Humanas – ICH
Ciência Política I
Ana Carolina Paes
O Estado e o poder
Antes do aparecimento e do uso corrente do termo “Estado”, o problema da distinção entre ordenamento politico e Estado nem mesmo se pôs, mas a identificação entre a esfera politica e a esfera do Estado continua bem além do aparecimento do termo. Aquilo que “Estado” e “politica” tem em comum é a referencia ao fenômeno do poder, do grego Kratos, “força”, “potência” e arché, “autoridade” nascem os nomes das antigas formas de governo. Não há teoria politica que não parta de alguma maneira de uma definição de “poder”, e de uma análise do fenômeno do poder. Na filosofia politica o problema do poder foi apresentado sob três aspectos, a base dos quais podem se distinguir as três teorias fundamentais do poder: a substancialista, a subjetivista e a relacional. A definição mais aceita no discurso politico contemporaneo é a que remete ao conceito relacional de poder e estabelece que por “poder” se deve entender uma relação entre dois sujeitos, dos quais o primeiro obtem do segundo um comportamento que, caso contrario, não ocorreria. A mais conhecida e a mais sintetica das definições relacionais é a de Robert Dahl: “A influência (na qual se insere o poder) é uma relação entre atores, na qual um ator induz outros atores a agirem de um modo que, em caso contrario, não agiriam (1963). Uma vez reduzido o conceito de Estado ao conceito de política e o conceito de politica ao de poder, o problema a ser resolvido torna-se o de diferenciar o poder politico de todas as outras formas que pode assumir a relação de poder. A tipologia classica é a que se encontra na Politica de Aristoteles, onde são distinguidos tres tipos de poder com base no criterio da esfera em que é exercido: o poder do pai sobre os filhos, do senhor sobre os escravos, do governante sobre os governados. A tripartição das formas de poder em paterno, despótico e civil é um dos