Resumo Appadurai
A obra propõe a observação da circulação de mercadorias na vida social através do ponto de vista da mercadoria, ou seja, seguir as coisas em si mesmas e analisar suas trajetórias, seus usos, suas formas pois aí estão inscritos seus significados.
Também se propõe a restituição da dimensão cultural das sociedades modernas quase sempre descritas apenas como economias e da dimensão calculista de sociedades pré-industriais e pré-capitalistas quase sempre descritas apenas em termos estritos de solidariedade. Amenização do contraste entre troca de dádivas e troca de mercadorias: a troca de dons é um modo de circulação de mercadorias onde a transação é dissimulada, imperceptível por causa do intervalo de tempo entre o dom e o contra-dom.
“O termo mercadoria” é compreendido, nesta obra, como uma fase na vida das coisas, um estado em que coisas transitam num movimento que pode ser rápido ou lento, reversível ou terminal, normativo ou discrepante e que concerne a padrões e critérios simbólicos, classificatórios e morais.
A mercantilização reside na complexa interseção de fatores temporais, culturais e sociais.
Utiliza-se a definição de valor econômico em Simmel: o valor jamais é uma propriedade inerente aos objetos, mas um julgamento que sujeitos fazem sobre eles. Assim, objeto econômico não tem um valor absoluto como resultado da demanda que suscita, mas é a demanda que, como base de uma troca real ou imaginária, confere valor ao objeto. É a troca que estabelece os parâmetros de utilidade e escassez, não o contrário, a troca é a fonte do valor (gênese social do valor)
A vida econômica e a economia, como forma social específica, consistem não apenas em trocar valores mas na troca de valores porque o valor econômico é gerado por uma troca de sacrifícios na qual o desejo de alguém por um objeto é satisfeito pelo sacrifício de um outro objeto, que é o