Responsabilidade do engenheiro
Abertura de crateras que engolem ruas, casas e pessoas, para dar passagem ao metrô. Poluição de rios, cujas águas abastecem cidades e permitem a sobrevivência de populações ribeirinhas. Degelo de calotas polares devido à emissão de gases na atmosfera que põe em risco a vida neste planeta. A questão que aflora é: até onde se estende a responsabilidade do engenheiro em tais catástrofes? O século passado e o início deste foi e é marcado, notadamente, pela formação técnica dos profissionais de engenharia, cujo objeto de aplicação de seu trabalho é a de atender as necessidades da organização a qual está vinculado, a despeito das conseqüências para o restante dos stakholders (partes interessadas), principalmente a sociedade civil e o meio ambiente. Neste aspecto, é fundamental desenvolver competências científica e tecnológica com gestão ética, procurando harmonizá-las em função de suas habilidades técnica, humana e conceitual. Habilidade técnica está associada à compreensão e proficiência em determinado tipo de atividade, principalmente naquela em que estejam envolvidos métodos, processos e procedimentos. Como exemplo, pode-se tomar a formação do engenheiro, a qual – em sua grande maioria – é voltada, ainda, para a cálculos, simulações e projetos, caracterizando-o com um indivíduo, acima de tudo, objetivo. Já a habilidade humana pode ser entendida como a capacidade de o indivíduo interagir com outros, para formar um semelhante que respeite o seu semelhante e a natureza (Silber e Stelnicki,1987). Este indivíduo é consciente de suas próprias atitudes, opiniões e convicções acerca dos outros. Ao perceber a existência de outras atitudes, opiniões e convicções diferentes da sua, o indivíduo é hábil para compreendê-las (Mañas, 1999). Ao tomar consciência da necessidade de conciliar sua habilidade técnica (a de executar sua atividade específica) com a habilidade humana (a de desenvolver o relacionamento humano próativo), esse profissional