Resistência a Mudanças: Aspectos Positivos
Autoria: Rebeca Alves Chu
Resumo
Tradicionalmente, tanto na literatura acadêmica quanto na gerencial, o fenômeno da resistência a mudanças é considerado um elemento negativo e prejudicial ao sucesso de transformações organizacionais. Abundantes são as receitas de como superá-la e aniquilá-la.
Raríssimas são as sugestões de diagnóstico de seus aspectos positivos. O presente artigo faz um estudo empírico procurando levantar aspectos positivos que podem ser associados ao fenômeno e revela que, na prática, a ocorrência da resistência, a efetiva possibilidade de antecipá-la, a percepção de perdas pessoais e profissionais com o processo e o efeito maligno que ela possui, não são percepções tão consensuais como se acredita. Os dados obtidos demonstram que essas percepções variam significativamente em função de fatores como idade do indivíduo, posição na organização e papel assumido no processo, apontando a ambigüidade do fenômeno da resistência e da percepção de positividade ou negatividade associada a ele. O trabalho pode contribuir para reverter a tradicional percepção de que resistência é um fenômeno exclusiva e indubitavelmente negativo apontando os aspectos benéficos da resistência e indicando em que situações eles podem atuar.
Palavras-chave: resistência a mudanças, organizações, percepções, aspectos positivos.
1 – Introdução
“Se não está quebrado, não conserte”. Este lema traduz fielmente o pensamento e as idéias que moviam o mundo organizacional décadas atrás: um mundo de negócios consideravelmente estável e previsível. Hoje, esse pensamento foi esmagado. Os desafios são outros, são imprevisíveis. O ambiente de negócios caracteriza-se pela hipercompetitividade: a capacidade de improvisação supera a necessidade de planejamento (Kilmann, 1991).
O ambiente em que as organizações operam hoje carateriza-se pela competitividade ao extremo. Alguns motivos: progressos tecnológicos, desenvolvimento dos