Nicolau Maquiavel
Este o início de um dos muitos editoriais de jornais publicados nos últimos tempos sobre o terrorismo no mundo. As nações assistem perplexas ao aumento quase inacreditável desse tipo de violência que com carros-bombas, cartas-bombas e até homens-bombas, dilacera cidadãos e abala governos, em nome de causas religiosas, políticas, econômicas, sociais, étnicas…
O jornalista Luis Carlos Lisboa resumiu desta forma (muito apropriadamente) a sua visão do fenômeno: "Entre os horrores de um final de século apocalíptico, que incluem a corrupção moral generalizada e a indiferença diante da pobreza absoluta, surge da sombra o terrorismo para mostrar ao mundo o lado mais cruel do homem."
O terrorismo é um fenômeno típico do século XX. Crimes e guerras sempre existiram na história conhecida da humanidade, mas os atos terroristas, que em violência podem ser situados entre esses dois, é uma característica do nosso século.
É verdade que em séculos passados houve atentados contra autoridades e órgãos públicos, mas estes quase sempre resultaram da ação deliberada de uma pessoa ou no máximo de um grupo formando um complô, montado exclusivamente com aquele objetivo e que após consumado o atentado se dissolvia.
O terrorismo é diferente. Trata-se de grupos organizados que agem sob uma bandeira qualquer, sempre com o objetivo de destruir. Todos os membros desses grupos estão absolutamente convencidos da nobreza de suas causas e da justeza de suas ações. Na correta análise do jornalista francês Gilles Lapouge, "esses assassinos cegos consideram-se santos, heróis, pessoas sacrificadas, que hoje provocam a desgraça com o objetivo de