Resenha: O Queijo e os Vermes
DOSCENTE: Yllan de MatosDISCIPLINA: História Moderna ICURSO: História - 2° ano Noturno
RESENHA DO LIVRO O QUEIJO E OS VERMES
Dayane Soares da SILVA
GINZBURG, Carlos. O queijo e os Vermes. O cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela inquisição. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
Durante o verão de 1962 em um acervo de documentos inquisitoriais em Udine, pesquisando julgamentos de uma seita de Friuli, Carlo Ginzburg, historiador italiano nascido na primeira metade do século XX, deparou-se com uma sentença que chamou bastante sua atenção, sentença cujo réu tratava-se do moleiro italiano Domenico Scandella, mais conhecido como Menocchio, que tinha pensamentos minimamente intrigantes em relação a questões cosmogônicas.
No século XII, o Papa Gregório IX (1227-1241) funda o Tribunal do Santo Ofício, e na segunda metade do século XVI ─ período trabalhado por Ginzburg, marcado pela reforma e contrarreforma ─, Menocchio é denunciado ao Tribunal acusado de praticar atos de heresia, pregando e dogmatizando em defesa de sua opinião, como exemplos podemos citar o fato de que ele desacreditava da acerca da virgindade de Maria. Menocchio respondeu dois processos, em diferentes períodos. O primeiro foi devido a pronúncia de argumentos ditos “heréticos” em relação a Jesus, dentre outras frases heréticas relacionadas a Igreja e seus fundamentos. Já o segundo foi por continuar a disseminar suas ideias contrárias à Igreja.
Menocchio acreditava na origem do mundo através da putrefação, o que divergia os modelos de pensamentos na época apoiado – ou dados – pela Igreja. A seguir um excerto de discurso de Menocchio:
“Eu disse que segundo meu pensamento e crença tudo era um caos, isto é, terra, ar, água e fogo juntos, e todo aquele volume em movimento se formou uma massa, do mesmo modo como o queijo é feito de leite, e do qual surgem os vermes, e esses foram os anjos.