Resenha o queijo e os vermes
LIVRO: O QUEIJO E OS VERMES
O Cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição
O livro do italiano Carlo Ginzburg, intitulado O Queijo e os Vermes, foi escrito no ano de 1976 e, através da especificidade da vida de um moleiro, o autor demonstra possíveis aspectos da vida cultural de sua região e tempo – Itália; século XVI. O período histórico retratado, ao incorporar as transformações geradas pela Imprensa e pela Contra Reforma da Igreja Católica, é melhor elucidado pelo exemplo deste cidadão popular, que vive no contexto citado.
Desta forma, aborda-se a problemática questão religiosa envolvendo Domenico Scandella, dito Menocchio, protagonista desta obra de Ginszburg.
Morador de uma modesta aldeia ao norte da região italiana chamada Montereale, Menocchio nasceu em 1532, casou-se e criou, na época, sete filhos. Exercia diversas outras atividades para o seu sustento e de sua família, mas se destacara de fato como moleiro . Conheceu a prática da leitura e da escrita e, associando estas práticas a uma crítica opinião religiosa, leu e opinou diversas questões desta mesma natureza, pondo-se assim em perigosos conflitos.
Suas ideias, heréticas para a período, advinham em grande parte das leituras por ele realizadas, chegando ao um ponto de ser denunciado para o Santo Ofício pelo pároco da cidade, no ano de 1583. Intimado a se apresentar, fora interrogado pela Igreja Católica e seu tribunal, alterando toda sua vida e também a de sua família.
Com uma personalidade corajosa, Menocchio assumia suas próprias opiniões nos interrogatórios eclesiásticos, utilizando-se de muitas metáforas para exprimir suas visões mundanas e sobre a Igreja. A respeito da criação do Mundo, por exemplo, o moleiro dirá que esta é fruto do caos, e que a terra, a água, o fogo e o ar formaram em uma dada instância uma específica massa, comparada a feitura do queijo através do leite,