Resenha Queijos e os Vermes
RESENHA DO LIVRO
“O QUEIJO E OS VERMES”
PROFESSOR YLLAN DE MATTOS
CAROLINA MENEGATTO STOCK
21.10.14
FRANCA - SP
Carlo Ginzburg é um historiador italiano, seu foco principal de estudo são as práticas religiosas no período da Inquisição na História Moderna e um dos inauguradores da micro-história, estudo muito específico de determinado tema que se retira o máximo de informações possíveis da fonte, enfatizando aspectos culturais, antropológicos e geográficos, como por exemplo, a análise de uma vida anônima e ordinária, mas que estava inserida em algum período importante que se tem um conhecimento prévio. Nessa nova forma historiográfica, com o início na década de oitenta, quebra-se a ideia de que a História deve ser encarada como algo estritamente cientifico, o que deu abertura às narrativas e para a literatura. É dessa forma que Ginzburg traz sua obra prima, “O Queijo e os Vermes”, encontra uma grande documentação a respeito da vida de um moleiro, profissão ligada à agricultura, no século XVI, inserido na região do Friuli na Itália, que fora perseguido pela Inquisição e por duas vezes acusado por ser heresias, e a partir da reconstrução de sua vida se compreende suas ideias e pensamentos atípicos. Este é Domenico Scandella, ou simplesmente Menocchio, homem cristão, pai de sete filhos que fazia parte da camada subalterna, mas que curiosamente sabia escrever, ler e somar. Tinha por costume falar de religião com as pessoas de sua cidade, revelando seus pensamentos e pedindo opiniões a respeito, ainda que essas ideias não estivessem de acordo com o que a Igreja Católica dizia, como a não necessidade de ir ao templo e comungar, aqueles que o conheciam não o denunciavam, pois