Resenha o queijo e os vermes
GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: o cotidiano e as idéias de um moleiro perseguido pela Inquisição. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
Carlo Ginzburg nasceu em Turim na Itália em 1939, ano do início da Segunda Guerra Mundial, numa família judia. Conheceu logo cedo a vida dura e cruel. O pai era antifascista e portanto era natural que Ginzburg vivesse num contexto de pressão intensa. Todos esses fatores influenciaram para que ele se tornasse um grande escritor. É professor na Universidade da
Califórnia ( Los Angeles), deu cursos no Instituto de Estudos Avançados de Princeton e na
Universidade de Bolonha na Itália. Escreveu livros que já foram traduzidos em quinze idiomas e é um dos principais e mais importantes e influentes historiadores de nosso tempo.
O queijo e os vermes: o cotidiano e as idéias de um moleiro perseguido pela Inquisição é uma apaixonante história do século XVI sobre Inquisição e sobre cultura popular e erudita da época.
O autor além de discutir um tema instigante, ele consegue fazer uma narrativa que envolve e ao mesmo tempo, construir o perfil da personagem abordando suas principais idéias.
A personagem é Domenico Scandella, conhecido como Menocchio, um moleiro que morava numa pequena aldeia chamada Montereale, nos arredores de Udinese na Itália. Casado, dedicava-se a cuidar de sua família e a sustentá-la. Como moleiro, ele tinha contato com outras classes sociais da sociedade camponesa e ainda mais uma particularidade, ele sabia ler e escrever, o que não era comum entre os pobres da época, isso lhe dava acesso ao mundo da literatura, porém ele lia de forma diferente do que o normal, pois ele retirava do que lia apenas o que interessava para sustentar suas idéias. Tinha porém um defeito: falava muito e isso desagradava à Igreja que acabaria por levá-lo ao Tribunal de Inquisição do Santo Ofício. O fato é, que ele discutia, explanava suas idéias em público de forma