Resenha - o que é loucura?
Questionando jovens universitários sobre o tema, o autor tem diversas conceituações que vão desde a loucura como uma experiência corajosa de desvelamento do real à loucura como falha do consciente, da forma pessoal, da forma sadia do ser, entre outros aspectos similares. Concepções que perpassam o ambiente dos especialistas e que são discutíveis, pois coloca o louco como aquele excluído do universo comum dos mortais. Assim, encontra definições de loucura a partir de entrevistas, com pessoas de diferentes classes sociais.
“[ ...] crer numa loucura localizada no indivíduo e emprestar ao louco uma vestimenta que o transfigura em monstro não só tende a retirar-lhe o estatuto de humanidade, como também a nos fazer esquecer que algo se diz através da loucura. Isto é, algo cujo sentido denuncia o contexto na qual ela emerge. [...]”
Por fim, o autor se propõe a questionar o vínculo tradicionalmente estabelecido como necessário entre loucura e patologia e compreender, ainda que em linhas muito gerais, como se tornou possível a loucura no mundo moderno.
De acordo com o autor, ele não deseja colocar em debate os conceitos da psiquiatria, entretanto ele se restringe a abordar o conceito de ‘doença mental’ que, segundo ele, pretende dar conta do fenômeno loucura. Tal conceito diz que “doença mental assume a feição de uma entidade natural manifestada por sintomas”. E. Beuler define como esquizofrenia o termo “para caracterizar certos fenômenos como a fragmentação do fluxo do pensamento e a ruptura do contato afetivo com o ambiente. As duas perspectivas teóricas contemporâneas da loucura, uma é a perspectiva organicista (suporte orgânico) e a perspectiva psicofuncional, mas