Resenha Elogio Da Loucura
Elogio da Loucura, foi escrito por Erasmo de Roterdã no ano de 1509, momento em que a Europa reformava todas as suas estruturas, onde o espirito humanista e a tolerância viraram critérios de valor por serem fatores de aceitação das novidades em geral que caracterizaram aquela época. O livro, traz uma critica feita de forma irônica, que ridiculariza os costumes, instituições, e a crença cristã pregada pelo catolicismo da época. “Não tens quem te elogie? Elogia-te a ti mesmo”, proclama a Loucura, narradora da obra, que se auto intitula deusa, filha de Plutão, o deus das riquezas, com Neotetes, a juventude. “Sou filha do prazer”, declara a loucura, “e o amor livre presidiu ao meu nascimento”. Nascimento esse, que ocorreu nas ilhas Fortunadas, onde a natureza não tem necessidade alguma da arte. Não se sabe, ali, o que sejam o trabalho, a velhice, as doenças; nunca se veem nos campos, vegetais desprezíveis, ao contrario, a terra produz tudo quanto se possa deleitar a vista e embriagar o olfato. Foi amamentada por duas ninfas, Mete (a embriaguez), filha de Baco, e Apédia (a imperícia), filha de Pan. A Loucura também cita suas companheiras: com o olhar altivo, Philavtia, isto é, o amor-próprio. De olhos risonhos, que aplaude batendo palmas, Kolaxia, isto é, a adulação. De pálpebras cerradas parecendo dormir, Lethes, isto é, o esquecimento. Apoiada nos cotovelos e com as mãos cruzadas, Misoponia, isto é, o horror, à fadiga. Com a cabeça engrinalda de rosas, exalando perfumes, Idonis, isto é, a volúpia. Revirando os olhos, Ania, isto é, a irreflexão. E finalmente, gorducha e bem nutrida, está Throphis, isto é, a delicia. Entre as ninfas, também pode se distinguir dois deuses: Komo, isto é, o riso e o prazer da mesa, e Nigreton Hypnon, isto é, o sono profundo.
A loucura também comenta sobre a semelhança entre os velhos e as crianças, essas duas fases da vida, tão distantes, são semelhantes graças a