Elogio da loucura
Desidério Erasmo, humanista holandês, nasceu na cidade de Rotterdam, ficando conhecido por “Erasmo de Rotterdam”. Era monge, mas um ano após sua ordenação deixou a vida monástica. Viveu na França, Itália, Inglaterra e Suíça e influenciou os mais importantes intelectuais de sua época.
Escreveu “Elogio da Loucura” em 1509, na casa de Thomas More, a quem dedicou sua obra, e nela criticou os costumes dos homens sem atacar ninguém pessoalmente. Criticou fortemente os abusos da Igreja, defendendo que ela, a Igreja, deveria orientar-se pelo espírito do evangelho primitivo e evitar desvios dos seus princípios fundamentais. Em sua obra, Erasmo criou uma deusa com o nome de “Loucura”, filha de Plutão, deus da riqueza. Segundo Erasmo, a Loucura é responsável pela felicidade do mundo. O autor faz uma mistura com referências à mitologia grega, poetas e filósofos de sua época. Usa essa mistura para basear suas críticas à sociedade. A Loucura é quem comanda a fala em todo o livro defendendo sua imagem e ponto de vista, no entanto, a maior crítica de Erasmo, que fala através da Loucura, é para a Igreja.
De acordo com o escritor, a deusa “Loucura” é quem dá prazer ao mundo, principalmente aos estultos e preguiçosos. Ela não tem afeição aos eruditos e intelectuais. Em sua forte crítica, mas sem citar nomes, ele apresenta os vários tipos de homens que são consumidos pela Loucura. Há os que só pensam em poder, outros em dinheiro, há os bêbados, os que não gostam de trabalhar, os negociantes, os fanáticos religiosos, os jogadores, entre outros.
Erasmo não fala mal da Loucura, mas em tom de ironia, agradece por ela existir. Ele diz que a loucura é a alegria de todo o mundo e que o equilíbrio das pessoas e do mundo deve-se exatamente a ela.
Em todo o livro, mas principalmente no final, encontra-se uma crítica forte aos religiosos, principalmente aos católicos, que eram a religião oficial da época. Muitas dessas críticas referem-se aos costumes da fé do povo daquela época.