Psicologia
TURMA: DIREITO 3° SEMESTRE
PROFESSORA: PERLA ALVES MARTINS LIMA
RESENHA DO FILME: “PRECISAMOS FALAR SOBRE KEVIN”
Precisamos falar sobre Kevin é um suspense psicológico que nos conduz pelas memórias de uma mãe, Eva, interpretada por Tilda Swinton, sobre o nascimento, desenvolvimento e fatídico desfecho de seu primogênito. O filme tem um curso entrecortado, por vezes lembrando o andamento de um pesadelo que, na verdade, é real. A narrativa mistura acontecimentos vividos por Eva após o evento catastrófico perpetrado por seu filho, com memórias desde antes de seu nascimento e imagens onde predominam a cor vermelha.
O filme injeta doses constantemente crescentes de tensão até a saturação de nossa capacidade de pensar e sentir, realizando com sucesso a transmissão das emoções dessa díade mãe-filho, em seu relacionamento vazio e violento.
Precisamos falar sobre Kevin pode ser pensado como uma grande tentativa de entendimento e reparação de uma mãe afogada em culpa pelos atos horrendos de seu filho. Vinda de uma carreira bem-sucedida como escritora de livros turísticos e uma vida exclusivamente a dois; desde antes do parto, a maternidade parece se configurar como um fardo muito difícil de ser carregado. É nítido que Eva encontra-se em uma profunda depressão pós-parto; contudo, o filme vai muito além disso, mostrando todos os desdobramentos do mórbido encontro entre características inatas e um ambiente pouco favorável.
Kevin, filho de Eva, vem ao mundo nos braços gélidos e inábeis de sua mãe devastada. O filme mostra as interações crescentes de violência entre os dois ao mesmo tempo em que entrecorta as imagens com tentativas da mãe de reparar, seja raspando a tinta vermelha jogada em sua casa após a tragédia, seja na infância de Kevin, quando tentava ser amável com ele. O desapego e desinteresse de Kevin pelo mundo fica nítido em diversos momentos e em situações de seu desenvolvimento. Kevin