RESENHA A LINGUÁ DE EULALIA
Nesta obra Marcos Bagno apresenta a sociolinguística de forma séria e dinâmica. Ele mostra a riqueza da oralidade, desmitifica várias crenças populares, além de dar o descrédito devido ao preconceito linguístico. O livro é dividido em vinte e um capítulos e tem 242 paginas.
A história começa com a chegada de três universitárias em Atibaia. Vera, Emilia e Silvia, sendo que Vera estuda Letras, Emilia pedagogia e Silvia psicologia. Elas estão de férias e vão passar alguns dias em Atibaia na casa da tia de Vera, a linguista Irene.
Na casa, as meninas conhecem a Eulália, uma amiga e empregada de Irene que já de inicio foi vitima de preconceito linguístico. É a partir da critica ao português de Eulália que Irene começa uma conversa sobre português com as hospedes, que acabam se interessando pelo assunto fazendo com que as conversas se tornem aulas, e continuem acontecendo durante a estadia das universitárias por lá.
Irene mostra que não existe uma unidade linguística, e que todas as línguas variam. O chamado português nada mais é do que o conjunto dessas várias línguas que em muito se assemelham, mas em alguns pontos se diferem. Essas diferenças podem ser fonéticas (na pronuncia dos sons), sintáticas (no modo de organizar as frases, orações), lexicais (palavras que existem em Portugal e aqui não, e vice-versa), semânticas (no significado das palavras), e no uso da língua. A língua também varia quanto à região, ao gênero, à classe social, à idade, ao nível de instrução, além das variações urbanas e rurais.
Algumas dessas variedades chegam ao nível da norma padrão e são apelidadas (no livro) de “PP” (português-padrão) e as outras variedade que são menosprezadas de “PNP” (português não-padrão). Enquanto (a norma padrão) o PP, é um ideal de língua- afinal nem o falante mais culto consegue seguir a risca todas as normas-, o PNP é o português do dia a dia, falado pelo