Resenha a língua de eulália
Marcos Bagno, doutor em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo, é o autor da novela sociolinguística A Língua de Eulália, publicado em 1997, pela Editora Contexto. Atualmente é professor de Linguística na Universidade de Brasília, tradutor e autor de várias obras na área da educação, entre elas, Preconceito Linguístico o que é, como se faz.
Em A Língua de Eulália o autor para expor seus estudos acerca das variantes linguísticas e do preconceito linguístico, conta a história de três jovens estudantes, Vera, Emília e Silvia, que vão passar suas férias na casa da professora de Linguística Irene, tia da Vera. Ao chegar à casa de Irene conhecem Eulália, a empregada e grande amiga de Irene. Ao observarem o seu modo diferente de falar, se seguram para não cair no riso, pois para elas aquele falar diferente é errado e engraçado. Irene com uma linguagem simples e exemplos baseados na história da evolução da língua e em estudos linguísticos, tenta mostrar as estudantes que não existe certo e errado, que existe a variante, que a história da língua única é um mito e que inclusive está escrevendo um livro acerca do assunto. As garotas gostam tanto do assunto que pedem que a professora lhes dê aulas nas férias. E assim, por meio da personagem de Irene, Marcos Bagno, promove uma discussão e nos convida a refletir acerca do preconceito linguístico. Chama as variantes de PNP (português não padrão) e a norma culta de PP (português padrão) e a cada capítulo do livro aborda um tema, que explica de maneira científica as diferenças e semelhanças da língua. Aquilo que pode aos olhos de alguém ser um erro, segundo Bagno, tem uma explicação histórica, sociológica, psicológica e linguística. O autor propõe ao professor de língua portuguesa que faça uso do material teórico que a linguística disponibiliza e que o leve para os bancos escolares, que o professor se atualize constantemente, caso contrário o