Resenha - Versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar - Carlos Fico
História Social pela USP e professor titular de História do Brasil na UFRJ, analisa momentos decisivos, através de discursos que marcaram a história política brasileira, visando a compreensão de tal época, além de confrontar algumas questões que foram discutidas nela: dentre outros temas, encontram-se a repressão política e a censura.
No Golpe de Estado no Brasil em 1964, foi encerrado o governo do então presidente João
Goulart, também conhecido como Jango. De acordo com historiadores, a burguesia industrial paulista, grande parte da imprensa, dos proprietários rurais, a Igreja católica, vários governadores de estados importantes, além de amplos setores de classe média, apoiavam a intervenção militar, como forma de pôr fim à suposta esquerdização do governo e, também, de controlar a crise na economia então existente. João Goulart, eleito democraticamente pelo
PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), foi deposto, deixou o Estado e posteriormente o País.
Assim, o Chefe Maior do Exército, o General Humberto Castelo Branco, tornou-se presidente do Brasil.
Segundo o autor, é evidente que as leituras privilegiadas do golpe foram as que estampavam as revistas e jornais da época. Porém, foram estas mesmas leituras que se tornaram, posteriormente, renomadas fontes de estudo para novos trabalhos sobre o período. Devido às pesquisas históricas que se realizaram desde então, foi possível o esvaziamento de certos estereótipos, como por exemplo os “ícones de esquerda” que passaram a ser criticados sem serem associados imediatamente a termos pejorativos. Pode-se afirmar, portanto, que há um novo estágio de produção intelectual sobre 1964 e seus desdobramentos.
Como história recente, a abordagem histórica da ditadura militar é uma espécie de incorporação de trabalhos feitos por historiadores, cientistas políticos e, claro, sociólogos.
Caracterizada por dois gêneros, em