Resenha de antropologia
A sociedade manifesta-se por meio de muitos espelhos e vários idiomas. O código da comida pretende situar também a mulher e o feminino no seu sentido talvez mais tradicional.
O antropólogo francês Claudio Lévi-Strauss chamou a atenção para dois processos naturais- o cru e o cozido- como modalidades pelas quais se pode falar de transformações sociais importantíssimas. Sabemos que o cru se liga a um estado de selvageria, ao passo que o cozido se relaciona ao universo socialmente elaborado que toda sociedade humana define como sendo o de sua cultura e ideologia. Podemos agora entender porque falamos que o apressado come cru. O calmo come sempre cozido, pois quem tem calma possui um elemento da civilização e a civilização funda-se precisamente num saber esperar.
Mas o básico é continuar enfatizando que a comida permite realizar uma importante mediação entre cabeça e barriga, entre corpo e alma. È precisamente essa possibilidade de síntese e de equilíbrio entre o olho e a barriga que a relação entre o cru e o cozido ajuda e consegue entre nós realizar.
Para europeus e norte-americanos, cru e cozido, alimento e comida, são categorias científicas.
Para nós o cru e o cozido podem significar com muito mais facilidade um universo complexo, uma área de nosso sistema onde podemos nos enxergar como formidáveis e nos levar finalmente, muito a sério.
O cru seria tudo que esta fora da área da casa onde somo são vistos e tratados com amor, carinho e consideração. Ou seja, o cru é tudo aquilo que está fora do controle de casa.
Já o cozido é algo social por definição. Não é somente o nome de um processo físico. No cozido temos o alimento que junta vegetais, legumes e carnes variadas num prateo que tem peso social muito importante, pois que inventa a sua própria ocasião social.
Os americanos inventaram o “fast food” , comem misturando o doce com o salgado, e uma de suas preocupações básicas é comer para viver, comer é um ato que pode ser