Resenha Auto da Barca do Inferno
561 palavras
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VICENTE, GIL. Auto da Barca do Inferno. Luso-Livros. Gil Vicente foi o primeiro dramaturgo do teatro português e além de ter sido também um grande poeta, pode ter sido ourives da Rainha D. Leonor. Não se sabe ao certo sua data de nascimento ou morte, mas estima-se que sejam 1465 e 1536, respectivamente. A obra vicentina é produzida aproximadamente durante a transição da Idade Média para o Renascimento. O Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, é considerado um auto de moralidade, por ter o objetivo de moralizar a sociedade. O auto se apresenta com temática religiosa– que serve de base para as críticas presentes e foi dedicado à rainha Leonor, que inclusive era muito católica. A obra em questão foi encenada pela primeira vez no ano de 1517 e faz uso de recursos como a ironia, trocadilhos e metáforas para criticar a sociedade de Lisboa. Antes de iniciar efetivamente a leitura, o livro cita que se deve considerar que os personagens morrem e vão para um rio, onde se deparam com dois batéis com o destino que cada um merece. Há o batel comandado pelo Diabo e um companheiro e o outro, o Batel da Glória, por um anjo. Cada personagem representa um “erro” que as pessoas em vida cometem, a começar pelo Fidalgo acompanhado de um Pajem, que possuía esse título de nobreza, porém não pode embarcar para o paraíso por conta de sua vaidade. Vaidade tanta que em uma parte do livro, o obriga a falar para o anjo que é bom que recolha ele, por ser um fidalgo.
A seguir, um onzeneiro morre e também não embarca para o paraíso, pois enganava as pessoas e segundo o anjo “o seu bolsão ocuparia o navio todo” e então sua avareza foi sua condenação.
Na ordem, um Parvo aparece, e embora fizesse piadas com todos, o anjo reconhece que ele não errou por malícia e o absolve.
Um sapateiro aparece e é barrado pelo anjo por ter enganado muitos clientes. O sapateiro fica indignado ao saber que não poderá entrar no paraíso mesmo tendo ido às