Resenha critica

Resenha Crítica
Auto da barca do inferno, Gil Vicente

Jonatas Siqueira, nº 11 1º ano C à Carlos Eduardo, professor – Literatura

Auto da barca do inferno, de Gil Vicente é uma sátira impiedosa da sociedade portuguesa do século XVI, que acompanhada pelo movimento humanista, se tornou um grande marco para a laicização da cultura portuguesa.
As críticas de Gil Vicente não poupam ninguém, desde filgados e magistrados à sapateiros e ladrões. Cada personagem traz, nas roupas ou nas mãos, os símbolos de seus pecados e deles não podem se desfazer; não há defesas contra as acusações do Diabo ou do Anjo.
Por se tratar de um auto, a história se divide em cenas, em que cada cena corresponde a um personagem diferente. O auto é escrito no antigo galego-português e conta com uma distribuição em versos.
De primeira mão temos o Diabo e seu companheiro recebendo um Filgado em sua barca, que não conformado com a ideia de ir para o inferno, se dirige a barca do céu, onde o Anjo o julga sobre toda a hipocrisia que viveu o Filgado. Em seguida temos um Onzeneiro, isto é, um agiota, que estava decepcionado por não ter tido tempo em vida para lucrar mais. O Diabo o informa que deve embarcar com ele, mas ao saber para onde a barca navegaria, o Onzeneiro se dirige ao Anjo para tentar embarcar, o Anjo repugna toda sua ganância, e diz que no paraíso não era o seu lugar.
Depois vem um Parvo, ou seja, um homem tolo e sem malícia. Que vai de antemão à barca do inferno, onde o Diabo tenta persuadi-lo a entrar, mas não tendo motivos para acusá-lo acaba perdendo ele para a barca do céu, em que é bem recebido e permitido entrar.
Logo depois temos um sapateiro, que é condenado por roubar e enganar o povo em seu ofício. Um Frade, doloso no pecar. Uma Alcoviteira., um judeu, um corregedor, um procurador, todos esses condenados. O enforcado, que enganado ainda em vida que seria salvo ao cumprir seu fado, e por fim os Cavaleiros, que