René Spitz
Spitz designou por hospitalismo o conjunto de perturbações vividas por crianças institucionalizadas e privadas de cuidados maternos: atraso no desenvolvimento corporal, dificuldades na habilidade manual e na adaptação ao meio ambiente, atraso na linguagem. Constatou que é menor a resistência ás doenças e que, nos casos mais graves, pode ocorrer apatia. Os efeitos do hospitalismo, presente nas crianças que foram abandonadas em orfanatos ou asilos, são duradouros e muitas vezes irreversíveis.
“Apesar de lhe serem dados cuidados físicos adequados, de serem lavadas, alimentadas e mantidas quentes, colocadas em quartos limpos, praticamente não tinham contacto e calor humano. Durante uma epidemia, as crianças do orfanato eram dramaticamente menos capazes de resistir à doença, em comparação com crianças de famílias vizinhas. De facto, quando os números foram relevados, as pessoas muito dificilmente os aceitaram: trinta e quatro das noventa e uma crianças do orfanato morreram, comparativamente com quase nenhuma das outras crianças da área.” SPRINTHALL,N.,SPRINTHALL,R.,op. cit., 1994, p.142
Com as suas investigações, Spitz confirmou a necessidade de laços e de contactos afetivos entre o bebé e o adulto; a sua ausência pode conduzir a