Relações precoces
Harry Harlow foi um psicólogo que, nos finais da década de 50, orientou um conjunto de estudos sobre os macacos Rhesus, mostrando os efeitos da ausência da mãe junto das jovens crias.
Na sua experiência construiu duas mães artificiais substitutas, ambas de forma cilíndrica. Uma delas feita com arame soldado e um biberão situado no peito, enquanto a outra era constituída por tecido felpudo, em vez do biberão.
Os macacos recém nascidos, separados das mães à nascença, acediam a qualquer uma delas. Contudo, Harlow constatou que as crias passavam a maior parte do tempo agarradas à mãe de peluche. Era junto dela que procuravam abrigo face a uma situação de perigo. Apenas recorriam à mãe de arame para se alimentarem.
Harlow concluiu que o vinculo entre a cria e a mãe estaria mais relacionado com o contacto corporal e o conforto da que daí recorrente do que com a alimentação. Esta necessidade básica do contacto e do conforto é também reconhecida pelo investigador nos bebés humanos, que manifestam a necessidade de estar junto da mãe, em contacto físico. A origem da vinculação está na necessidade e não na alimentação.
Os efeitos da ausência da mãe ou dos agentes maternantes são devastadores. A privação deste contacto traduz-se em perturbações físicas e psicológicas profundas.
Rene Spitz
Rene Spitz foi um psiquiatra infantil que desenvolveu um conjunto de pesquisas em crianças que, durante os primeiros 12 meses de vida, permaneceram em instituições, privadas da presença da mãe durante um período prolongado.
Este concluiu que os bebés apresentavam perturbações somáticas e psíquicas, como resultado da ausência completa da mãe, sabendo que nas instituições os cuidados são administrados de forma não afetiva e anónima.
O conjunto de perturbações vividas por crianças institucionalizadas e privadas de cuidados maternos, Spitz designou por hospitalismo. Entre estas perturbações destacamos o atraso no desenvolvimento corporal, atraso na linguagem e o aumento da