Religião
“Não é fácil encontrar uma definição precisa, aceite universalmente de religião. Isto deve‑se às grandes diferenças entre as tradições que comummente são categorizadas como religiões. Nos nossos dias, muitos filósofos da religião […] em vez de avançarem logo como uma definição restrita sobre o que consiste uma religião, preferem as vantagens em demarcar o que se entende por “religião” simplesmente apelando para muitos exemplos que a maioria das pessoas reconhece como sendo religiosos. […] Deste modo, uma caracterização habitual é a seguinte: Religiões incluem o Judaísmo, o Cristianismo, o Islão, o Hinduísmo e o Budismo e as tradições que se assemelham a uma ou a mais do que a uma [destas grandes tradições]. Através desta definição, Confucionismo, Daoísmo, Bahaísmo, Sikhismo, Zoroastrismo, espiritualidade aborígene e muitas outras tradições são facilmente vistas como religiosas. Esta caracterização da religião pode ser designada como uma definição por exemplo, embora em termos mais técnicos possa ser referida como uma definição por casos paradigmáticos. […] É bom ter consciência das suas limitações [desta definição]. […] Pois esta definição por exemplo não aprofunda o que faz estas tradições serem religiões. O mesmo problema aconteceria se alguém definisse “religião” em termos da sua raiz latina. O termo religio significa “ligar”e ao sobressair‑se isso visa‑se sublinhar a noção de que a religião unifica as pessoas ou delimita a identidade de cada pessoa. Mas não nos dá mais nada. Presumivelmente, nem tudo o que unifica as pessoas ou que define a identidade de uma pessoa é religioso. […]
Eis três propostas de definição da religião e algumas das suas dificuldades.
“Religião” pode ser definida em termos de crença ou de veneração de Deus ou deuses. Mas tal definição tem a consequência indesejável de classificar versões ateias do Budismo como não‑religiosas.
Alternativamente, “religião” pode ser definida em termos de reverência ou de