Religião

A religião e a ordem social.
Marx, Durkheim e Weber acreditavam que a religião nos tempos modernos teria menos importância, devido ao avanço da sociedade e a substituição do pensamento religioso pelo científico. Os rituais e cerimónias religiosas fariam cada vez menos parte da vida dos indivíduos. Essa previsão, de certo afastamento das religiões, tem se efectivado, de certa forma, o que pode ser comprovado por recentes pesquisas demográficas, tais como o censo demográfico (IBGE, 2000). A religião católica apresenta uma perda considerável de seguidores. Em contrapartida, religiões de cunho pseudocientífico e racional – tal qual o Espiritismo –, e o número de pessoas sem religião, aumentaram. Por outro lado, contrariando as previsões dos referidos sociólogos, religiões pentecostais também vem ganhado espaço nas escolhas populares. Canais de rádio e televisão exclusivos, com programação diária, instalações luxuosas em seus templos e alguns parlamentares eleitos, ilustram esse quadro, retratado por Pierucci (2004), comentando último senso demográfico deito pelo IBGE. A religião serve de norte para as acções de seus adeptos, em tese. No Brasil não é diferente. Podemos ver que na maioria os templos religiosos tradicionais, como no catolicismo e no luteranismo, é pregada a não-violência e a castidade antes do matrimónio, por exemplo.
Esses são valores arraigados na cultura brasileira que estão, porém, em franca mutação. Gilles Lipovetsky (2005) focaliza alguns dos problemas gerais de nossa época: o enfraquecimento da sociedade, dos costumes, do indivíduo 34 contemporâneo da era do consumo de massa, a emergência de um modo de socialização e de individualização inédito, numa ruptura com o que foi instituído a partir dos séculos XVII e XVIII o que faz com que vivamos em um mundo de perda de valores, de uma cultura narcísica e individualista. Como resultado, podemos ver em Pierucci (2004), que as instituições religiosas tradicionais em nosso país estão perdendo sua