Relações de trabalho e teorias administrativas
As teorias administrativas modernas surgiram no início do século XX com os trabalhos de TAYLOR e FAYOL, para ficarmos com os autores mais conhecidos. Já de início, sublinho o caráter político dessas teorias afirmando que elas constituem a expressão ideológica de práticas sociais de controle e de dominação no âmbito não só das organizações mas, também, da sociedade.
A ação do nível político no capitalismo tem duas vertentes que incidem sobre dois grandes campos sociais que é preciso distinguir:
• A repressão e o controle sobre os explorados e o desenvolvimento dos mecanismos sociais da exploração tanto dentro quanto fora dos locais de trabalho;
• A coordenação das atividades das unidades econômicas, das instituições sociais em geral e dos vários grupos de capitalistas. Esta vertente implica igualmente práticas de controle e, eventualmente, repressão na medida em que toda classe dominante tem de criar mecanismos internos de autodisciplina que lhe confira a coesão necessária para o exercício do poder.
A primeira vertente incide sobre o campo de extorsão da mais-valia e dos conflitos que daí advém, atuando, portanto no campo da relação entre as classes. A segunda incide sobre o campo da distribuição/apropriação da mais-valia e da regulação das disputas a este nível, além da coordenação do processo econômico global. Atua, portanto, no campo das relações intraclasses capitalistas.
Como se vê, a ação do nível político no capitalismo é não só de grande amplitude como também uma ação que não emana unicamente do aparelho de poder clássico, a que chamamos Estado. Aliás, hoje, cada vez mais, as duas vertentes da ação do nível político processam-se a partir dos centros de poder das próprias empresas e instituições, das maiores e mais poderosas dentre elas, cuja área de atuação extravasa, e muito, os espaços nacionais correspondendo ao processo de globalização da economia.
Mas não é esta a questão em pauta aqui. O que quero