Relação subjetividade-sociedade
Segundo Boaventura de Sousa Santos (2008), foi durante o século XIX, período do capitalismo neoliberal, que explodiram as contradições do projeto da modernidade, como a solidariedade e a identidade, entre justiça e autonomia, entre igualdade e liberdade.
De acordo com essa concepção, incluindo aqui as análises sociológicas do individualismo narcisista, o mal-estar contemporâneo seria fruto da queda das utopias do século passado. A sociedade moderna do século XIX havia se estabelecido sobre a base dos ideais da revolução francesa de igualdade e democracia, mas ao assistir à quebra de suas principais promessas e, consequentemente, confiança em diversas de suas instituições, como família, governo, religião – instâncias que homogeneizavam crenças, sentimentos e que equalizavam a sociedade ao regular e equilibrar desejos e paixões, causando, de acordo com Durkheim, diversos problemas sociais (como o suicídio) – os indivíduos do século XIX foram expostos a um forte clima de incertezas e falta de segurança. Nesse contexto de crise, a sociedade fica sem capacidade de exercer seus freios morais, de uma consciência superior à dos indivíduos. Estes deixam de ser solidários e a coesão social fica ameaçada. Por causa dessa crise, a “consciência