Trabalhos
O presente texto é uma reflexão acerca de alguns fundamentos da Psicologia. Por ser um conceito fundamental para o conhecimento humano da relação sujeito e objeto, aborda-se, a partir de uma concepção histórico-social do homem, a constituição do conceito de subjetividade na história do pensamento. Expõe-se, de forma preliminar, como se deu o advento das Ciências Modernas e, com elas, a ênfase nas Ciências Naturais. Da mesma forma, focaliza-se também a crítica das Ciências Humanas às Ciências Naturais, e se observa como as primeiras formulações da Psicologia enquanto ciência vão se constituindo. O objetivo do texto é apontar a possibilidade de se chegar, através do estudo da dimensão epistemológica das psicologias, à dimensão ética das teorias e práticas, de forma que se possa avaliar quais psicologias dão a palavra ao homem.
Palavras-chave: História, Psicologia, subjetividade.
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Para discorrer sobre alguns dos fundamentos da Psicologia é necessário entendê-la como uma Ciência ao mesmo tempo antiga e jovem. Enquanto Ciência autônoma, é jovem, pois data da segunda metade do século XIX; entretanto, formulações psicológicas, como psique e fenômenos psíquicos (consciência, sensação, percepção, sonhos, memória) já preocupavam os filósofos da antigüidade.
O que busco entender, então, é como estas idéias psicológicas, já existentes na história do pensamento, são transformadas, a ponto de constituírem uma Ciência propriamente dita, cujo objeto específico são os fenômenos psíquicos e comportamentais. Para fazer este percurso, o do desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência, ou ainda para descobrir seus fundamentos, vou abordar a história do pensamento humano.
De forma geral, existem duas grandes concepções de História, antagônicas quanto ao papel do homem no seu processo de desenvolvimento. Uma, denominada internalista2, pressupõe que as