subjetividade
O presente trabalho busca identificar as possíveis diferenças e convergências no conceito de subjetividade entre duas correntes da Psicologia: Behaviorismo Radical e Psicanálise. Esta identificação dar-se-á pela apresentação sucinta e didática das duas vertentes em torno da subjetividade, sem deixar de analisar a possibilidade de diálogos produtivos entre o behaviorismo radical e a psicanálise.
Introdução
Segundo o dicionário Larousse Cultural (1999), subjetividade é o caráter do que é subjetivo, que, por sua vez, diz respeito ao sujeito definido como ser pensante, como consciência, por oposição a objetivo. De fato, a subjetividade engloba todas as peculiaridades imanentes à condição de ser sujeito, envolvendo as capacidades sensoriais, afetivas, imaginativas e racionais de uma determinada pessoa. Toda pessoa é uma complexa unidade natural e cultural. Mais que um corpo com funções biológicas e psicológicas com capacidades de transformar o seu meio pelo trabalho e pela linguagem, o ser humano é uma unidade de necessidades, desejos, sentimentos, angústias, temores, imaginários, racionalidades e paixões. Da mesma forma como não podemos considerar o homem apenas como um animal racional, também não podemos reduzir a subjetividade a uma dimensão meramente cognitiva, a uma consciência, desconsiderando todas as demais facetas da complexa interioridade de cada um.
Pela dificuldade e complexidade na definição de subjetividade, adotaremos neste presente trabalho que “subjetividade” refere-se às experiências particulares de um sujeito particular, que implicam não somente a sua relação passiva com o mundo e com o outro, mas também o seu engajamento ativo nestas direções.
Os estudos da subjetividade pautados exclusivamente na psicologia têm se mostrado insuficientes, deparando-se com freqüentes dificuldades e contradições. Desse modo, não é possível, a utilização somente da psicologia para o entendimento da subjetividade; são necessárias também as categorias