Relaçao individuo organização
Convém sublinhar que esta corrente enfatizando a ligação do indivíduo à organização como um todo, acontece num contexto marcado por um forte individualismo, dos ditos
“não-lugares”, da não-pertença” e da crise de identidade que assinala o pós-modernismo da era da globalização. Acredita-se que a organização constitua um lugar de pertença e de identidade (!).
“Temas como a confiança, o “commitment” e os valores são centrais para a flexibilidade e a pós-burocracia. Dada a erosão dos sistemas burocráticos baseados em regras, é necessário substituí-los por regras internalizadas de comportamento baseadas em valores comuns. Ao mesmo tempo, seguir valores em vez de regras oferece um grande grau de flexibilidade na resposta a condições novas e à mudança”1
Esta internalização de regras e de valores organizacionais, considerada vital nas novas organizações “ditas” desburocratizadas, é assumido em certos tipos de contratos psicológicos, tipos de empenhamento e de “commitment” à organização.
Neste capítulo tratamos da relação do indivíduo com a organização e não propriamente a relação do indivíduo com a sua função e tarefas na organização. Parece-nos esclarecedor a distinção simplificada proporcionada por Ibarra e Andrews entre
“commitment” e “satisfação”2:
“ O commitment representa uma resposta global à organização, às condições gerais da organização”
“A satisfação é uma resposta às condições específicas de um cargo/função”.
1. Contrato psicológico
1.1. Crenças acerca das obrigações recíprocas entre empregador e empregado
As necessidades de sobrevivência das organizações nos mercados fortemente competitivos estimulou a necessidade de criar relações fortes entre trabalhadores e a organização, que se traduzam em total disponibilidade daqueles para fazerem o seu melhor. O contrato psicológico é considerado do ponto de vista do empregado. Ele é o seu criador face a diversas condições situacionais, ambientais. Estes