MITO DA CAVERNA
Dramaticamente, a narrativa descreve vários prisioneiros que desde o nascimento estão acorrentados no interior de uma caverna, estes estão posicionados de modo que olhem, e somente olhem, para a parede no interior da gruta, que é iluminada por uma pequena fogueira atrás do grupo e fora do alcance do mesmo.
Contudo, entre a fogueira e os prisioneiros, estátuas e outras alegorias delineiam sombras na parede que está à frente dos prisioneiros. As imagens projetadas, deliberadamente, são manipuladas com o propósito de ser uma extensão da realidade dessas pessoas no interior da caverna.
Ao passar do tempo, os aprisionados nomeiam as sombras, não diferente de nós que atribuímos significado as coisas a nossa volta. Os reclusos fazem jogos de adivinhação para vangloriar aquele que acertar corretamente a denominações e a freqüência com que essas surgem.
Certo dia um dos prisioneiros se liberta dos grilhões e naturalmente – ou não – ele averigua o restante da gruta. Logo o aventureiro percebe que o permitia a visão era a chama da fogueira e que na verdade os seres reais são as estátuas e nas as projeções na parede. Conseqüentemente, ele logo entende que seu julgamento sobre a realidade era inválido em todos os âmbitos, pois o que ela estimava eram as sombras e ilusões, assim desconhecendo a verdade e afastado da verdadeira realidade.
Pense que esse indivíduo conseguiu sair da caverna e a luz do Sol ofusca sua visão de imediato e só depois de acostumar-se com ela que ele percebe o que há de novo fora de seu cativeiro. Agora, tudo o que lhe é perceptível não possui apenas forma, mas também qualidade – o real atenta seus sentidos. Isso significa poder contemplar tudo o que constitui a