rei lear
Esta seção do trabalho é fundamentada no pensamento político de Thomas Hobbes (1588-1679), tendo em vista as características de soberania em suas obras Leviatã e De Cive.
Ressaltando assim a ligação entre as teorias hobbesianas e a tragédia desencadeada em Rei Lear, porque analisando este representante do poder absoluto e suas falhas que o levam a morte e alterações na perpetuação do poder, veremos que todas essas ações iriam de encontro com a filosofia de Thomas Hobbes.
O filósofo inglês caracteriza o soberano como aquele que possui o poder absoluto e que não pode ser voluntarioso, ou seja suas ações cabem somente a ele. O soberano também está incumbido de evitar a guerra civil, manter e zelar a vida de seus súditos e promulgar leis que estabeleçam o certo e o errado, justo do injusto.
Hobbes se coloca a favor da monarquia, e uma vez afirmado que ele se coloca a favor dessa forma de governo utilizo da obra de Leviatã :
[...] Quando o representante é um só homem, o governo chama-se
monarquia. Quando é uma assembleia de todos os que se uniram, é
uma democracia, ou governo popular. Quando é uma assembleia
apenas de uma parte, chama-se lhe uma aristocracia. Não pode haver
outras espécies de governo, porque o poder soberano inteiro (que já
mostrei ser indivisível) tem que pertencer a um ou mais homens, ou a
todos. (HOBBES, 1983, p. 114)
Sendo assim, a vontade do soberano deve ser aceita como a vontade geral do tocante às decisões que assegurarão a harmonia social e por extensão a preservação da vida de todos os cidadãos.
Como, pois, a concentração de muitas vontades num só fim não basta
para a preservação da paz e a defesa estável, exige-se a presença de
uma só vontade de todos em relação aos meios necessários à paz e à
defesa. Isto, porém, é inviável se cada indivíduo não submeter sua
vontade a uma outra vontade, por exemplo, de um homem, ou de um
conselho, de tal modo que, tudo