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Imagens especulares ajudam pessoasamputadas a amenizar ou eliminar a dor fantasma; experimento mostra a importancia da compara~ao de informa~6es sensoriais para a imagem corporal
POR VILAYANUR S. RAMACHANDRAN
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DIANE ROGERS-RAMACHANDRAN
o
s espelhos inspiram fascfnio peculiar desde que urn dos primeiros ancestrais hominfdeos olhou seu reflexo numa po~a de agua e percebeu uma misteriosa correla~ao entre os proprios movimentos (sentidos internamente por meio da propriocep~ao) e 0 feedback visual. Mais misteriosa ainda e nossa capacidade de "refletir" sobre nos mesmos, 0 que nos torna os primeiro primatas introspectivos.
Esta habilidade e exposta de maneiras muito dfspares: desde Narciso olhando 0 proprio reflexo num lago ate a realidade virtual que, de certa forma, nos transporta para fora do corpo.
Uma das mais intrigantes descobertas das neurociencias foram os neuronios-espelho, que nos permitem "ado tar 0 ponto de vista do outro", literalmente, e quem sabe ate "olhar" a partir da posi~ao estrategica de outra pessoa. como se 0 cerebro estivesse examinando seu proprio espelho interno.
Ha cerca de dez an os os neurocientistas
Eric
L. Altschuler e Steve Hillyer, da Universidade da
California em San Diego, e urn de nos (Vilayanur) descrevemos uma nova sfndrome neurologic a
E
chamada agnosia especular. 0 problema e caracterizado pela incapacidade de pacientes - que sofreram derrames leves no hemisferio direito nao saberem que a imagem de urn objeto, refletida no espelho, e so uma imagem. Surpreendentemente, eles tentam pegar 0 "objeto" repetidas vezes, como se nao conseguissem inibir urn ato reflexo, embora, do ponto de vista mental, essas pessoas sejam absolutamente saudaveis. Esse fenomeno nos faz pensar nos misterios entre realidadee ilusao, na fragilidade implfcita nessa rela~ao e no quanta os espelhos ~ao profundamente enigmaticos.
Sensa~oes cruzadas
Voce pode brincar com reflexos