Realidade maquiada
Ana Rebeca Paulino Portela
Estudande de Psicologia da FAFIRE – Faculdade Frassinetti do Recife
É comum ouvirmos as expressões: “O ano só começa depois do carnaval” ou “Brasil, o país do carnaval”. Mas será que essa festa é realmente brasileira? Não. Como a maioria das festas no Brasil, o carnaval é importado. Ele nos foi apresentado através dos portugueses, mas as tradições vêm da Itália, onde os italianos se mascaravam e através de músicas e danças festejavam à natureza. Se o carnaval fosse comemorado realmente no intuito de saudar à natureza, tudo bem, mas infelizmente está longe de ser esse o objetivo das pessoas que “pulam o carnaval”. Se pararmos para observá-las durante a festa, notamos que as mesmas se soltam mais, ficam mais desinibidas, esquecem suas preocupações. É um tanto quanto contraditório, pois nem parecem ser as mesmas pessoas que estavam reclamando e exigindo um aumento de salário no começo do ano, até porque estão gastando grande parte dele em bebidas e em confecções de fantasias. Mas voltando à questão de se desinibir, é possível perceber que, a maioria das pessoas coloca para fora grande parte dos seus desejos inconscientes, sejam eles a vontade de se fantasiar de Mulher Maravilha (fantasia mais usada nesse carnaval), a vontade de beber mais um pouco, de fazer sexo. É bastante comum nesse período vermos cenas de sexo explícito, o que leva a um aumento da taxa de fecundidade e transmissão de doenças venéreas. No ano de 2006 foi feito o levantamento de quantos partos foram realizados nos primeiros 6 dias do mês de novembro (nove meses após do carnaval), foram totalizados 83 partos na maternidade de Campinas – Minas Gerais. Esse fator deixa evidente tamanha falta de responsabilidade e pudor das pessoas para com seu corpo, sua conduta, sua moral. Outro aspecto observado no carnaval que deixa claro a falta de consciência para com o outro e consigo mesmo, é a violência. Pessoas brigam por brigar, só basta um esbarrar