Questão de fronteiras - Acre

Antecedentes
A parceria feita pelo ministro da Bolívia no Brasil, Paravicini, e o cônsul norte-americano, K. K. Kennedy, em 1899, visava a manutenção da soberania boliviana sobre os territórios de Iaco, Purus e Acre (este último que até então era território boliviano) com o apoio norte-americano em troca de concessões territoriais e aduaneiras e permissão para explorar a borracha acriana.
Neste mesmo ano, no Belém, como consequência do acordo entre Bolívia e EUA, aconteceu um incidente que desagradou muito o governo brasileiro. Uma embarcação armada norte americana chamada Wilmington ancorou no Belém sem autorização do governo brasileiro e o representante do Brasil nos EUA afirmou que este ato foi considerado como violação da legislação brasileira. Este ato de imperialismo norte-americano foi denunciado e o acordo Bolívia-EUA não teve extensão, porém foi o início do descontentamento da diplomacia brasileira frente às estratégias de fixação de fronteiras bolivianas.
Nesta época, o Acre era essencialmente habitado por nordestinos e o governo boliviano não tinha autoridade sobre a população brasileira. Como tentativa de impor-se na região, o governo boliviano criou o consórcio Bolivian Syndicate através de chartered companies (companhias privilegiadas). Este consórcio permitia a empresas americanas de explorarem a região em busca de riquezas naturais e também foram dadas concessões que somente poderiam ser de uso estatal, portanto a Bolívia renunciaria de sua soberania e as empresas teriam o poder de tomar frente do governo civil e administração do país.
Como a região ainda não era demarcada e não havia limites definidos de territórios, a diplomacia brasileira sentiu-se ameaçada com a possibilidade de atuação norte-americana na América do Sul que poderia ultrapassar o acordado no Bolivian Syndicate e chegar a território brasileiro. Para proteger-se da inserção da empresa em região que fazia fronteira com o Brasil, o governo recolheu do Congresso o tratado firmado