Qualidade de Vida

INTRODUÇÃO

O conceito qualidade de vida (QV) tem suscitado pesquisas e sua utilização nos serviços de saúde, por equipes profissionais que atuam junto a usuários acometidos por enfermidades diversas, é crescente. Apesar da avaliação sistematizada da QV de pessoas enfermas somente ter sido iniciada nos últimos 50 anos, intuitiva e empiricamente, os profissionais da área de saúde avaliam e julgam o estado de saúde-doença do paciente, o tratamento e suas conseqüências.
O câncer de cabeça e pescoço afeta todas as faixas etárias com predomínio em indivíduos com mais de 65 anos. O de laringe representa 2,4%, de todos os tipos de câncer e é a décima causa de morte no país (BRASIL, 1997).
Para Forratini (1997) os pacientes com câncer de cabeça e pescoço possuem peculiaridades que devem ser consideradas na evolução da doença como: uso crônico e acentuado de bebida alcoólica e/ou fumo, são fatores etiológicos que agem em indivíduos susceptíveis. Snow et al, (1976) apontaram, em seus estudos, 58 casos de mandibulectomias parciais em pacientes com câncer, constataram que o auto-isolamento do paciente deve-se pelo descontentamento com a própria aparência, como pela dificuldade para falar quanto para deglutir. A deformidade facial, perda de funções básicas (mastigação, deglutição, salivação e fala), perda de sensações gustativas e olfatórias, presença de fenômenos depressivos e ansiedade em larga escala, são características que justificam a necessidade de uma avaliação da QV individualizada e sistematizada, em relação aos pacientes que receberam tratamento para neoplasias de cabeça e pescoço.
O tratamento de pacientes com tumores de cabeça e pescoço incluem cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Durante o tratamento radioterápico verifica-se o aparecimento de lesões nas áreas irradiadas, caries, xerostomia e ulcerações, esse efeito se potencializa com associação da radioterapia com a quimioterapia aumentando a severidade das lesões inflamatórias da cavidade