Psicologia escolar
As possibilidades de atuação do psicólogo na instituição escolar constituem, ainda, um tema de reflexão e de debate entre esses próprios profissionais, especialmente entre aqueles interessados em contribuir para o melhoramento da qualidade do processo educativo. O debate e os questionamentos se expressam, também, em diferentes instâncias do sistema educativo e deles participam, em diferentes graus, gestores, pedagogos e outros especialistas no campo da educação. A nossa experiência de trabalho na escola nos tem demonstrado que o psicólogo muitas vezes é percebido com receio por parte de outros integrantes do coletivo escolar, sendo, às vezes, implicitamente rejeitado, devido à representação de sua incapacidade para resolver os problemas que afetam o cotidiano dessa instituição. Sua atuação se associa frequentemente ao diagnóstico e ao atendimento de crianças com dificuldades emocionais ou de comportamento, bem como à orientação aos pais e aos professores sobre como trabalhar com alunos com esse tipo de problema. Essa situação é resultado do impacto do modelo clínico terapêutico de formação e atuação dos psicólogos no Brasil na representação social dominante sobre a atividade desse profissional.
Não existem muitas dúvidas a respeito das funções essenciais que o diretor, o coordenador pedagógico ou o orientador educacional podem desempenhar na escola, porém, em relação ao psicólogo, as dúvidas de imediato surgem: Para que serve o psicólogo? O que pode realmente resolver? Qual a especificidade de seu trabalho em relação ao dos outros profissionais da escola?
Em Aberto, Brasília, v. 23, n. 83, p. 39-56, mar. 2010
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No Brasil, existe uma crescente produção científica que mostra pesquisas, reflexões e conceituações dos especialistas em psicologia educacional e psicologia escolar; busca compreender a constituição da Psicologia Escolar como campo de atuação, tendo em conta seus condicionamentos sócio-históricos e científicos; e