Segundo Yazlle (1997) a criação do Laboratório de Psicologia em Leipzig, precedidas pelos estudos de Darwin e por Galton, apresenta-se como um marco para a psicologia. Neste, tenta-se estudar o comportamento humano sob a ótica das ciências físicas e biológicas, desconsiderando assim, os estados subjetivos humanos. Importante ressaltar que este laboratório nasce de uma sociedade com o capitalismo já consolidado, assentada nos princípios da ideologia liberal. A autora coloca que esta nova sociedade burguesa que provinha da Revolução Francesa, encontrava no modo de vida capitalista e nos princípios liberais “meios para legitimar seu poder e favorecer sua classe social. Ou seja, para consolidar um projeto burguês de sociedade” (YAZLLE, 1997, p.13). Neste momento ainda, a investigação científica se preocupa com indivíduos adaptados, buscando melhores maneiras de manter este organismo sobre controle. Para tanto, era necessário então reduzir o homem ao seu comportamento, pois assim seria passível de ser estudado. Desta maneira, percebe-se a psicologia enquanto ciência surge de forma descontextualizada socialmente, preocupada “com a ordem e as leis e com padrões gerais de comportamento estabelecidos estatisticamente, em comum com a razão instrumental” (YAZLLE, 1997, p.14). Uma psicologia comprometida então com o controle e a ordem. A psicologia enquanto instrumento ligado às práticas educacionais surgiu pela necessidade dos pesquisadores da época em classificarem crianças com dificuldades de aprendizagem e proporem então métodos diferenciados de educação para as mesmas, com o propósito de ajustá-las aos padrões de normalidades aceitos pela sociedade. De acordo com a autora, o pensamento psicológico brasileiro nas suas origens, foi profundamente influenciado pelos ideais positivistas, com uma ênfase na observação e a possibilidade de experimentação, ou seja, com uma forte tendência dos modelos biológicos e físico de ciência, ficando de fora as “preocupações com o