Psicologia do Trabalho
Aspectos fundamentais
As relações entre a psicologia e o trabalho constituem ramos de importância inquestionável para a formação dos saberes e práticas teóricas e profissionais do psicólogo. Conhecer aspectos dessa múltipla trajetória traz à tona elementos para a compressão dos modos pelos quais tais relações foram estabelecidas, suas dimensões teórico conceituais, ênfases práticas e profissionais, bem como evidencia limites e lacunas. A psicologia do trabalho pode ser designada como campo de compreensão e intervenção sobre o trabalho e as organizações, visando analisar a interação das múltiplas dimensões que caracterizam pessoas, grupos e organizações, com a finalidade de construir estratégias e procedimentos que promovam, preservem e reestabeleçam o bem estar (ZANELLI; BASTOS, 2004).
Outras expressões são encontradas na literatura científica para fazer menção ao campo: psicologia do trabalho, psicologia organizacional e do trabalho, clínica do trabalho, psicologia do trabalho e organizacional, comportamento organizacional, psicologia aplicada ao trabalho, entre outros. Essa multiplicidade de expressões sinaliza não apenas os limites das rotulações, mas a variedade das teorias e práticas que permeiam as relações psicologia trabalho.
Uma das características principais da psicologia do trabalho, como área de conhecimento e intervenção, é a multi e interdisciplinaridade. Dialoga com diversos campos do conhecimento, em especial, sociologia, sociologia do trabalho, psicanálise, antropologia, ciências econômicas, história, engenharia e administração, construindo uma ecologia de saberes sobre o trabalho.
Assim, cabe questionar em que sentido a psicologia do trabalho seria um campo. Para Pierre Bourdieu (1996) um campo seria um conjunto de forças cujas necessidades se impõem aos agentes que nele se encontram envolvidos, uma arena de lutas onde estes se enfrentam, por meios e finalidades diferentes, contribuindo para a conservação ou