Psicanálise e a aprendizagem
No entendimento de Freud, a aprendizagem está totalmente enlaçada a um determinante psíquico, que leva o sujeito a tornar-se desejante de saber.
Ao tratar deste tema, ele entende que é fundamental perguntar por aquilo que faz com que alguém queira aprender algo, pois o processo de aprender depende da razão ou das causas que motivam o sujeito na busca do conhecimento.
Um dos importantes momentos para pensar como se processa a aprendizagem pela via psicanalítica remonta à base da descoberta da diferença sexual anatômica, quando as crianças descobrem que o mundo é feito de homens e mulheres, seres humanos com e sem pênis. É quando a criança pergunta os porquês de “tudo”, interessada em descobrir como se nasce e por que se morre, querendo saber sua origem e seu “destino”. As crianças percebem cedo essas diferenças biológicas, mas nessa fase elas passam a interpretar esse “saber”. Os meninos pensam que se as meninas não são iguais a eles, têm a possibilidade de ser quando crescerem. Nesse momento a criança do sexo feminino compreende que lhe está faltando algo. Há uma angústia que provém da compreensão de antigas perdas à luz desse novo sentimento. É chamada de angústia da castração, que se manifesta com o complexo de Édipo. Essa angústia faz com que queira saber, por isso, para Freud, as primeiras investigações são sempre de ordem sexual, pois a criança precisa descobrir e definir seu lugar no mundo e a princípio este é um lugar sexual. O lugar sexual é situado inicialmente em relação aos pais ou àquilo que eles esperam que a criança seja. Essa é razão da pergunta “De onde viemos?”, que se equivale à busca de saber “Qual a minha origem em relação ao desejo de vocês?”; “Quais suas expectativas?”;
“O que esperam que eu seja?” O que é esperado é que no final do conflito edipiano a investigação de ordem sexual seja reprimida. É sublimada em desejo de saber, que se associa ao ato de dominar, ver, buscar, investigar. Então, as